E tudo que eu mais queria era que me entendessem. Que ficassem do meu lado, me apoiassem. O que eu mais precisava era de um ombro amigo para poder desabafar tudo que tenho preso aqui dentro, tudo que quero soltar, deixar partir, mas sozinho não consigo. É complicado entender, nem eu me entendo. Afinal, que coisas são essas? Não consigo explicar. Só sei que me deixam confuso e não gosto de ficar confuso. Muito menos curioso. Tem horas que nem sei quem sou. O que sou? Odeio quando alguém diz que tem algo para me contar e na realidade não era nada. Se quer me ver perder a paciência, me tirar do rumo do equilíbrio, me tirar dos eixos, brinque com a minha cara. Se queria diversão, ia num playground. Lá você brinca à vontade e ainda não recebe sermão. É complicado. Parece que tem algo dentro de mim, mas ao mesmo tempo pareço tão vazio. Tem horas que quero sorrir e num instante seguinte me pego caindo em lágrimas. Numa hora estou me sentindo amado, noutrora me sinto esquecido. Mais que diabos é isso? Será coisa da minha cabeça? Da imaginação? Será que estou fazendo isso para que prestem atenção em mim? Ou será que realmente está acontecendo algo sério que eu ainda não consiga enxergar? Espero que isso passe, que as coisas mudem, que as angustias acabem, que os segredos sejam revelados, que os mistérios sejam decifrados e que acabe as tribulações. E que enfim, tudo volte ao normal, como era antes.
Bruno de Mesquita Martins
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